segunda-feira, 30 de maio de 2011

Lucro financeiro versus lucro social - ou uma lição vinda do meio do oceano...


Acabei de ouvir no noticiário da TVI24 uma entrevista com Alberto João Jardim, em que este explica como é que se fazem (ou deviam fazer) contas aos dinheiros de uma sociedade. É que a mania que tudo tem de ser visto por um prisma economicista, afinal, não me tem só a mim como opositor...

Passando a explicar, diz Alberto João que os investimentos na Madeira que dificilmente darão lucro, nunca foram feitos com esse objectivo, mas sim com o de proporcionar bem-estar social aos madeirenses e que isso é um lucro (social) que deve ser contabilizado também!
Só lhe posso dar os parabéns por esta análise, pois se por cá os nossos governantes agissem assim provavelmente o défice seria menor.

Passo a dar um exemplo: corta-se na saúde, na educação e no ambiente (ainda existe?) como se os dinheiros gastos fossem despesa, quando na verdade são um investimento e fundamental.
Alguém tem dúvidas que um país sem educação ou cultura é um país pobre? Ou que um país sem medicina preventiva é um país doente? O que não se gasta agora em formação ou em vigilância das Áreas Protegidas não é uma poupança, basta fazer as contas aos valores dos serviços de ecossistema que se perdem ou ao dinheiro que iremos gastar em cérebros daqui a uns anos, para perceber que não estamos a poupar, quando cortamos nos orçamentos de áreas tão sensíveis!

E cá por mim, se estes lucros sociais fossem contabilizados, a Europa estava muito melhor.
Mas para isso é preciso tê-los, como o Alberto João...